O Belenenses voltou a ganhar por mais de um golo de diferença, quase três meses depois de semelhante feito (3-1, frente ao Guimarães, a 19 de Setembro), e deu mais um pontapé na crise - de resultados, mas sobretudo de confiança - que se instalara nas hostes do Restelo. A vitória de ontem, sobre uma equipa com um estado anímico completamente diferente, além de ter valido três pontos e catapultado a equipa para o meio da tabela, assumiu um valor simbólico, porquanto foi obtida com algumas unidades importantes de fora... por opção. Amaral e Zé Pedro, que nunca haviam sido afastados dos convocados por tal motivo desde que chegaram a Belém, viram o jogo da bancada, tal como Fábio Januário, a contas com uma contractura, em resultado de um choque com Meyong no último treino, à porta fechada. Até Silas ficou no banco, mas este com a atenuante de ter estado lesionado durante a semana. Num plantel apenas com 19 jogadores de campo, é obra... Por tudo isto, juntando ainda a derrota na última jornada, em Setúbal, que interrompera a recuperação empreendida com o empate arrancado na Luz, o jogo de ontem exigia uma reacção veemente, sob pena de tudo voltar à estaca zero.
O triunfo mais dilatado de José Couceiro à frente dos azuis começou a ganhar forma a meio da primeira parte, num lance de bola parada que serviu para desequilibrar a partida em favor dos da casa, quando o Paços até entrara melhor, com algumas iniciativas que poderiam ter dado vantagem aos forasteiros não fosse a atenção de Marco Aurélio entre os postes.
Aberto o marcador, começou a perceber-se que os pacenses, a despeito de uma fluidez de jogo superior, sentiam dificuldades na defesa sempre que os adversários carregavam no acelerador. Estava dada a tónica para a segunda parte, na qual à batuta de Rúben Amorim - muito bem no capítulo do passe - se juntou a capacidade de aceleração de Paulo Sérgio. Do outro lado, surpreendentemente até, o Paços não mostrava sinais de ser capaz de igualar a contenda e mesmo a saída, por lesão, do pequeno extremo belenense, não atrapalhou a estratégia da turma da casa, que haveria de confirmar a vitória pelo inevitável Meyong, após mais uma boa iniciativa de Sousa pelo lado direito.
Em suma, o Belenenses ganhou um novo alento, e até o público, habitualmente escasso, foi um pouco mais numeroso, fazendo jus à velha reivindicação de que o futebol se deve jogar ao fim-de-semana e à tarde. O Natal dos azuis apresta-se, assim, a ser mais doce, ou não fossem os sonhos uma daquelas iguarias próprias da quadra. E como é saboroso o gosto das vitórias.
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