Esta entrevista foi efectuada no dia 18/11/2005 ao Jó Mané (presidente dos Red Boys) e á Joana (membro da direcção dos Red Boys e fundadora das Red Girls).CP- Como apareceram os Red Boys?
Jo Mané- A fundação dos Red Boys aconteceu a 27/09/1992 por intermédio de um grupo de amigos que costumava acompanhar o SC Braga. Começaram com cerca de 30 elementos, e o seu primeiro nome foi Red Skins.
O número de elementos foi aumentando, e a dado momento, os sócios do clube começaram a contestar a claque devido ao seu nome, pois consideravam-nos como sendo de extrema direita, e nessa altura deu-se então a alteração para o nome que existe hoje "Red Boys".
Alguns meses depois apareceram os Comandos Vermelhos, mas o elevado domínio dos Red Boys fez com que a grande parte dos Comandos Vermelhos passassem para os Red Boys.
Em 1995 apareceram os Ultras Braga em que a maioria dos seus membros fez parte da Juventude Bracarense, os quais acabaram por se juntar aos Red Boys formando os Ultras Red Boys Braga.
Em 97/98 foi um grande ano para a claque, que culminou com a presença do SC Braga na final da Taça de Portugal frente ao FC Porto, em que os Red Boys estiveram presentes com um elevado número de elementos nas bancadas.
A partir daí a claque passou por alguns problemas, acabando por ficar reduzida a 20/30 elementos.
Entretanto devido a pressões de vários elementos resistentes e que nao se conformavam com a reduzida dimensão da claque, incentivaram-me a pegar na claque, e por acordo com o antigo presidente, passei a ser o líder dos Red Boys.
CP- Como estão a decorrer estes anos desde que és presidente dos Red Boys?
Jó Mané- O início foi difícil, contactei vários elementos que já tinham desistido para que se voltassem a inscrever, muitos voltaram e, a aquisição de uma nova sede motivou ainda mais a fixação desses elementos contando neste momento os Red Boys com cerca de 800 elementos.
CP- Os dois últimos foram dos melhores momentos dos Red Boys, como explicas isso?
Jo Mané- Com as vitórias do SC Braga a claque foi crescendo cada vez mais, com mais membros o dinheiro foi aparecendo também, o que facilitou a aquisição de material tanto para as coreografias, como para as deslocações.
Os RB começaram a contar também com mais material, entre eles, cachecóis, casacos, t-shirts, sweat's, bonés e todo o tipo de material inerente a uma claque.
O material da claque também aumentou, conseguimos estandartes novos, bandeiras gigantes entre outros.
CP- Como vês o próximo jogo SC Braga x SL Benfica?
Jó Mané- Para nós é um dos piores jogos que enfrentamos em termos de adeptos porque já é tempo de se começarem a distinguir os verdadeiros adeptos do SC Braga dos adeptos do SL Benfica, como sabes dantes diziam que o SL Benfica quando jogava em Braga era como se jogasse em casa, e estamos empenhados em que isso mude, o ano passado já não foi assim e esperamos que este ano seja ainda melhor e que estejam muitos mais adeptos do SC Braga do que do SL Benfica no estádio, e claro que estamos confiantes na vitória.
E já agora a vitória sobre o SL Benfica seria a melhor prenda q o SC Braga me poderia dar já q faço anos no dia 21/11.
CP- Joana, como fundadora da Red Girls gostávamos que nos dissesses como apareceram as Red Girls?
Joana - As Red Girls apareceram em 1994. Nesse ano a direcção dos Red Boys era mais um grupo de amigos que repararam que eu me dedicava muito ao grupo, mesmo não fazendo parte desse mesmo grupo, contribuindo com todo o tipo de ajuda em todas as iniciativas. Decidiram então convidar-me para fundar a parte feminina da claque, nessa altura contava-mos com cerca de 30 Red Girls.
CP- Conta-nos um pouco do percurso das Red Girls no grupo?
Joana - Em 1996 os Red Boys fizeram uma melhor organização do nosso grupo com mais material e maior número de elementos, depois começou a queda da claque e o nosso grupo foi também abaixo, mesmo assim nunca abandonei os Red Boys e as Red Girls e quando o Jó Mané pegou na claque convidou-me a continuar na direcção das Red Girls e a integrar a direcção dos Red Boys na parte administrativa, tendo também ajudado na construção do site.
Passados 8 anos da nossa existência o presidente dos Red Boys fez o nosso 1º cachecol, e logo a seguir o material foi aparecendo, estandartes, faixa, novos cachecóis, entre outros.
CP- Como é a vossa situação neste momento?
Joana- Neste momento contamos com cerca de 120 Red Girls, e cada vez levamos mais raparigas fora, devendo-se isto à mudança de mentalidade que mostra que o futebol não é só para homens. Apesar de as Red Girls serem um grupo autónomo dentro dos Red Boys somos apoiadas pela direcção dos Red, inclusivé apoiadas financeiramente.
CP- Dado que as claques mais tarde ou mais cedo vão ter de ser constituídas em associação, já pensaram em criar essa mesma associação?
Joana- No ano de 2004/05 tentámos legalizar a claque, criando a associação Red Boys. Com a ajuda de um funcionário do IPJ, reunimos todos os documentos necessários (acta, estatutos, certificado de admissibilidade de firma, etc.).
Quando só faltava entregar estes documentos e esperar que saísse em Diário da Republica, houve uma alteração na direcção dos Red Boys o que implicava alterar actas e assinaturas.
Por falta de tempo para reformular estes documentos ainda não nos foi possível voltar a pensar neste assunto.
Temos consciência que mais tarde ou mais cedo vai ser obrigatório os grupos de adeptos, "claques", estarem legalizados, por isso não desistimos desta iniciativa e depois de termos a associação acreditada, tencionamos legalizar totalmente esta claque no Conselho Nacional Contra a Violência no Desporto, registando os Red Boys como grupo organizado de adeptos conforme manda o decreto lei nº16/2004 de 11 de Maio.
O Claques Portugal agradece a disponibilidade de ambos os elementos dos Red Boys, sem o qual esta entrevista não poderia ser feita, e agradece também o material informativo que nos foi cedido pela direcção dos Red Boys relativo à legalização das claques. Um muito obrigado.
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