29 julho 2006

South Side Boys assinam contrato-promessa com Algarve United

O presidente da associação South Side Boys, claque de apoio ao Farense, Rui Roque - que já anunciou ser candidato a futuras eleições no clube -, afirmou que a actual direcção do emblema "não tem legitimidade" para tomar decisões, nomeadamente a que levou à criação de uma equipa sénior para disputar a II Divisão Distrital. À margem da assinatura do contrato-promessa com o líder do Algarve United, Corrado Correggi - que valida, em caso de vitória no sufrágio, o Algarve Farense 1910, SAD na I Divisão Distrital, realizada quarta-feira, os responsáveis da claque criticaram duramente os actuais corpos sociais do principal emblema da capital algarvia.
Para Rui Roque, Carlos Costa, Rui Eugénio e António Barão, respectivamente treinador, adjunto e responsável pela equipa que disputará a II Distrital, foram "iludidos por pessoas sem legitimidade para tomar este tipo de decisões". "Esta direcção acabou o seu mandato no início de Junho. Ou seja, está a tomar decisões, importantíssimas para o futuro do clube, fora do seu mandato", acrescentou.

A claque está por detrás da colocação de tarjas pela cidade, exigindo eleições. O problema é que os estatutos são omissos neste aspecto, não obrigando, impreterivelmente, à marcação de um acto eleitoral, embora refiram, no artigo 54, que a Assembleia Geral "reúne ordinariamente nos primeiros vinte dias a seguir ao termo de cada gerência, para eleger os órgãos directivos para a gerência seguinte". João Pedro Carvalho, o presidente da AG do Farense, é um dos alvos mais contestados: "Não nos podemos deixar levar pela incompetência e arrogância de um presidente da Mesa da Assembleia Geral mais preocupado em achincalhar verdadeiros e legítimos sócios, com as quotas em dia, do que fazer o seu trabalho: marcar eleições para os corpos sociais do nosso clube."

Aliás, Rui Roque denunciou que os sócios que o pretendam "não podem, neste momento, pagar as suas quotas". "Sem eleições, o Farense transforma-se numa instituição não democrática. Mais, corremos sérios riscos de nos ser retirado o Estatuto de Utilidade Pública."

O líder dos South Side Boys acentuou que a "nossa pressão obrigou certas pessoas a uma fuga para a frente - só assim se explica a mudança de estratégia da direcção em relação ao futebol. Há quatro meses, diziam que era impossível... E como vão gerir uma equipa se não têm tempo para gerir um clube?", questionou. "Nós não queremos apagar fogos momentâneos. Estamos a pensar no futuro do clube", sustentou o responsável, reafirmando os propósitos da união com o Algarve United: em caso de triunfo nas eleições, a SAD transforma-se em Algarve Farense 1910 e disputará a máxima competição distrital.

Segundo o protocolo, serão doados 20% das acções da SAD ao clube, que terá direito a um administrador na empresa. Custos e receitas serão divididos entre as duas partes, consoante os casos específicos. Embora o contrato-promessa valide a criação de uma equipa B, Rui Roque, se vencer as eleições, não promete nada sobre o plantel formado pela actual direcção. "É um assunto a ser estudado", referiu. Noticia do Jornal "Região Sul" de 21 de Julho.

Sem comentários: