Transmissões televisivas censuram imagens no Mundial 2006.

No encontro entre o Brasil e a Croácia (dia 13) aquilo que a FIFA temia aconteceu: um intruso pisou o relvado do estádio Olímpico de Berlim, levando à interrupção do jogo em quase quatro minutos. No entanto, a maior parte dos milhões de telespectadores que seguiam em directo este jogo do Mundial 2006 não viu imagens que permitissem compreender o que se estava a passar. Nesses minutos, a transmissão televisiva mundial, limitou-se ao sinal fornecido por uma câmara colocada bem alto no estádio.
A invasão de campo por pessoas, muitas das quais nuas, que pretendem dar nas vistas é uma ameaça que se tem concretizadado com frequência nas décadas mais recentes em diversas modalidades desportivas. A má experiência vivida no ano passado, também na Alemanha, por ocasião dos jogos da Taça das Confederações de futebol, em que vários jogos foram interrompidos por invasão de campo, levou a FIFA a tomar medidas para o Mundial 2006.
A segurança dos estádios foi organizada de forma a manter uma vigilância apertada às iniciativas destes intrusos, tentando impedir que cheguem ao relvado. Por outro lado, a cobertura televisiva deve ignorar qualquer tentativa de intrusão, como aconteceu em Berlim.
No entanto, o sistema já mostrou ser falível. No Brasil, os espectadores da Globo puderam ver o intruso croata que invadiu o campo, através de uma câmara não pertencente ao sistema de cobertura oficial. O intruso, não identificado, foi condenado a pagar uma multa de 140 euros e incorre numa pena que ascende a mil euros. Além disso, não poderá assistir a mais nenhum jogo do Mundial.
Contudo, as multas e condenações em tribunal não são suficientes para dissuadir os invasores. Menos de 24 horas depois da aventura do adepto croata, um tunisino entrou em campo momentos antes do início do segundo tempo do jogo entre a selecção do seu país e a da Arábia Saudita. Nos dois casos, os elementos da segurança levaram muito tempo a entrar em acção.
O porta-voz da Comissão Organizadora do evento, Gerd Grauss, revelou posteriormente que se tinham verificado outras três tentivas de invasão de campo, frustradas pela segurança. Os incidentes continuam. Na passada segunda-feira, uma entusiasta invadiu a área de treino da selecção australiana, de onde foi retirada por um segurança.

in "Correio da Manhã"