01 março 2008

Claques ilegais, uma espécie em vias de extinção

O derby de domingo, entre o Sporting e o Benfica pode muito bem ser o último com claques organizadas ilegais nos Estádios. Esta mudança deve-se à discussão do novo diploma sobre a violência no desporto, tema discutido após o Conselho Nacional do Desporto.
Quase 12 anos passados sobre o trágico acidente no Estádio Nacional (18 de Maio de 1996), em que um adepto do Sporting morreu depois de ter sido atingido por um "very-light" lançado por uma claque do Benfica, Portugal está prestes a ver entrar em vigor legislação particularmente dura sobre a matéria.
"Medidas preventivas e sancionatórias com o objectivo de erradicar do desporto a violência, o racismo e a xenofobia do Desporto", é o nome longo de um novo diploma que tem um objectivo de grande importância: "possibilitar a realização de espectáculos desportivos de acordo com os princípios éticos inerentes à sua prática".
Será ainda necessário aprovar em Conselho de Ministros o decreto-lei e posteriormente enviado para publicação no Diário da República. Assim que for oficial, as autoridades ficarão autorizadas interditar recintos desportivos ou ordenar a realização de jogos à "porta fechada" de clubes que apoiem claques não legalizadas.
Penas de prisão de um até três anos e pesadas multas pecuniárias fazem também parte do rol de medidas a que estarão sujeitos quem preferir arremessar objectos ou criar tumultos, atentando à integridade física de terceiros, a assistir tranquilamente aos espectáculos desportivos.
Apesar de em bastas ocasiões ter sido apelidado de "país de brandos costumes", os factos demonstram que Portugal estava a precisar desta nova legislação.
No ar ficou ainda mais uma enorme polémica sobre quem manda na segurança dos estádios e quem é responsável pelas decisões que zelam pela tranquilidade nos estádios, com trocas de acusações azedas entre dirigentes do Benfica e a Polícia e muitas vozes a levantarem-se contra a existência de claques organizadas.
A criação do Conselho para a Ética no Desporto (CESD), funcionando como secção permanente do Conselho Nacional do Desporto, pode vir a colmatar várias destas lacunas.
Tal como o lançamento de petardos, o vandalismo de estações de serviço é outro dos desportos predilectos de alguns adeptos do futebol e estas passarão a ser modalidades bem mais "perigosas" quando a polícia tiver na sua posse a identificação de todos os elementos que compõem as várias claques dos principais clubes de futebol nacionais.

Foto: Infordesporto

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