«Rebeldes de Bairro» é uma viagem ao mundo do hooliganismo britânico pelos olhos de um americano, menino de bem, filho de um jornalista reputado e pai ausente, que é injustamente expulso de Harvard, viaja para Inglaterra à procura de conforto junto da irmã e acaba por experimentar pela primeira vez a vertigem da violência.
A família acaba por fazer cruzar o jovem com um líder da Green Street Elite (GSE), a claque do West Ham. Um par de confrontos chega para viciar o jovem Matt Bukner (interpretado por Elijah Wood) naqueles encontros feitos de porrada, um espaço onde a lealdade à claque, a determinação e a honra se erguem mais alto.
Independentemente das circunstâncias o importante é defender o território. A sensação de poder colhida por meia-dúzia de murros e uns quantos dentes partidos deixa o americano inebriado. Não importa se a equipa ganha ou perde, não importa se está na primeira ou segunda divisão, não importa se tem ou não os melhores jogadores.
O importante é a claque ser respeitada dentro do sub-mundo do hooliganismo britânico. O Chelsea tem uma excelente equipa, e uma péssima claque. O Arsenal tem uma excelente equipa, e uma péssima claque. O West Ham tem uma péssima equipa, e uma excelente claque. Respeitada e temida por toda a gente. Só o Millwall se lhe compara.
Violento quanto baste, mas sobretudo muito real, o filme apresenta todos os contornos da vida dentro do futebol marginal. A linguagem própria, os trejeitos, os cultos, as reverências, as hierarquias de valores, as consciências, está tudo lá. Este é afinal um quotidiano onde o futebol real é apenas um pretexto para lutar pelo poder. Um poder ilusório, claro. Até que no final alguém morre. Sim, que o filme não tem um final feliz. Alguém morre e afinal percebe-se que há coisas mais importantes que a sensação de poder arrancada pelo respeito dentro de um sub-mundo virtual. Um filme de Lexi Alexander que estreou ontem. A não perder.
In MaisFutebol
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