Não foi preciso que o «leão» arrancasse uma exibição brilhante para ganhar com naturalidade a um Rio Ave que esteve longe do que conseguira fazer no empate a dois golos alcançado no Estádio da Luz há cerca de um mês. António Sousa montou o mesmo esquema de povoamento da zona defensiva, no entanto, não contaria que as «torres» do centro da defesa vila-condense falhassem clamorosamente em dois lances de bola parada, permitindo que o Sporting chegasse ao intervalo com dois golos de vantagem e a vida muito mais facilitada.Aliás, até à marcação do primeiro tento, o jogo arrastara-se de tal forma que ficara evidente o erro de Paulo Bento em deixar no banco de suplentes o jovem talento Nani, uma vez que os dois alas, Sá Pinto e João Alves, demonstraram sempre a tendência para afunilar o jogo e, ainda por cima, sem qualquer tipo de velocidade, permitindo que a defesa nortenha fosse chegando para as encomendas.
Por isso, uma vez que o Rio Ave abdicou de atacar, o golo do Sporting só poderia ter chegado de bola parada e logo em dose dupla, por Liedson e Tonel, no espaço de dez minutos. Curiosamente, em dois cruzamentos para a área, os vila-condenses, desconcentrados, foram batidos em remates com o pé.
Se António Sousa tinha qualquer esperança de relançar o jogo no início da segunda parte, perdeu-a por completo com a obtenção do terceiro golo leonino, o segundo de Liedson, que regressou aos golos, um mês depois de ter marcado em Penafiel. Tranquilo com o terceiro golo, o Sporting pôde jogar com mais segurança e construir o resultado mais dilatado da época, ao passo que o Rio Ave aproveitou a segunda parte para estender mais o seu jogo e proporcionar um espectáculo mais consentâneo com uma partida de uma liga profissional.
A partida de ontem serviu ainda para a despedida triste e em lágrimas do brasileiro Rogério, a caminho do Fluminense, que saiu, ovacionado por todo o Estádio, lesionado à passagem do primeiro quarto de hora.
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