16 outubro 2005

Águia de rapina.

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Passados 14 anos desde o último triunfo em casa do FC Porto, o Benfica voltou às vitórias no “clássico” mais escaldante do futebol nacional. Por outro lado, no confronto pessoal entre treinadores, ainda não foi desta que Co Adriaanse conseguiu ganhar a Koeman. E os adeptos benfiquistas agradecem...

No duelo “laranja”, Koeman não surpreendeu. O técnico holandês optou pela titularidade de Karagounis num meio-campo reforçado. De facto, o grego era o complemento ideal para fazer parceria com a dupla Manuel Fernandes/Petit, apesar de descair um pouco para o flanco direito. Na frente de ataque surgiram os inquestionáveis Simão, Miccoli e Nuno Gomes, enquanto que na defesa foi Anderson o escolhido para actuar ao lado de Luisão, Nelson e Léo. Na baliza, claro, a alteração de maior vulto: o lesionado Moreira cedeu o seu lugar ao internacional Quim.

Photo Hosted at Buzznet.comNo FC Porto, Co Adriaanse pôde contar com McCarthy de início. O sul-africano foi o ponta-de-lança de uma equipa vocacionada para atacar. As inclusões de Alan, Lisandro e Jorginho davam conta disso mesmo. Baía comandava um sector defensivo onde Bosingwa, Ricardo Costa, Bruno Alves e César Peixoto formavam uma linha que tentava jogar bem perto da dupla do miolo: Ibson e Lucho, este mais avançado.
A partida iniciou-se como esperado: um FC Porto pressionante, colocando muita gente nas redondezas da área, e um Benfica concentrado, ocupando os espaços defensivos de uma forma perfeita e tentando sair para o contra-ataque com certeza e velocidade, aproveitando o facto de Ibson ficar, em muitas ocasiões, sozinho no meio-campo recuado dos portistas.

Devido às características da partida, apenas aos 12 minutos Quim foi obrigado a mostrar-se, detendo, com duas boas saídas, outros tantos centros perigosos decorrentes de uma jogada iniciada num livre. No entanto, seria o minuto 13, por coincidência ou não, a trazer todo o azar do mundo ao Benfica. A sua pérola, Miccoli, lesionou-se sozinho (problema do foro muscular) e saiu de maca, sendo substituído por Geovanni. O brasileiro ocupou o flanco direito, tendo Karagounis derivado para o meio, onde formou um triângulo com Manuel Fernandes e Petit. O Benfica passou, então, a jogar num claro 4-3-3. Mas os azares não se ficaram por aqui. Aos 23’ foi a vez do FC Porto sofrer um forte revés, quando Lisandro saiu (lesionado e em lágrimas) para a entrada de Diego.

Photo Hosted at Buzznet.comNo último quarto de hora da primeira parte surgiram os principais lances de perigo. Simão foi o primeiro a mostrar-se, cabeceando como mandam as regras a centro (com o pé esquerdo) de Nelson. O lateral teleguiou a bola para o segundo poste, mas o nº20 viu o seu remate sair a rasar o poste direito do atónito Baía. Os portistas responderam por intermédio de McCarthy que, numa rotação perfeita à entrada da pequena-área, enganou Anderson e chutou para a defesa de Quim, com o pé. O final de uma primeira parte agradável não surgiria sem Geovanni derivar para a direita e estoirar para as malhas laterais do 99 portista.

Desde o início da segunda parte que se notou um Benfica mais ofensivo e dominador, através de uma circulação de bola quase perfeita e de uma defesa alta que afastou os avançados portistas da área “encarnada”. Depois, com a entrada de Karyaka (para o lugar de um Karagounis em decrescendo), a equipa melhorou ainda mais e pouco depois chegou ao golo, através de um cabeceamento perfeito de Nuno Gomes a responder com um “sim” a um centro tenso e certeiro de Nelson.

Com Karyaka a revelar-se o maestro da equipa, o Benfica chegou mesmo ao segundo golo. Foi o russo a dar início a uma jogada em que Geovanni ganhou a linha e cruzou rasteiro para o segundo poste. Ricardo Costa falhou a intercepção e Nuno Gomes atirou a contar para o fundo das redes pela sétima vez nesta Liga. O Dragão gelou enquanto Nuno Gomes apontava para as quinas de campeão estampada na sua camisola.

Co Adriaanse lançou ainda Quaresma e Hugo Almeida, abdicando de Lucho e Alan. De facto, aos 74’ o extremo bem podia ter alterado o rumo dos acontecimentos, mas a sua jogada de antologia foi cortada na hora “H” por Luisão. Depois, aos 81’, veio ao de cima o pior da partida, com Bruno Alves a ficar pouco satisfeito com uma entrada a matar sobre Nuno Gomes e a cabecear o nº 21 mal este se levantou, indignado. Alves viu o vermelho e, aos 85’, Léo acabou por seguir o caminho dos balneários, ao ver o segundo amarelo após uma falta sobre Quaresma.

Os minutos finais da partida tiveram mesmo direito a banda sonora. Enquanto os “encarnados” controlavam a partida, os cerca de 2 mil adeptos do Glorioso entoavam os cânticos do costume "Cheira bem, cheira a Lisboa!"... ao ritmo da saída dos congéneres “azuis-e-brancos” do Estádio do Dragão.

FC PORTO: Vítor Baía, Bosingwa, Ricardo Costa, Bruno Alves (81', EXPULSO), César Peixoto, Lucho Gonzalez (64', Quaresma), Ibson, Alan (69', Hugo Almeida), Jorginho, Lisandro Lopez (24', Diego) e McCarthy.

BENFICA: Quim, Nélson, Luisão, Anderson, Léo (85', EXPULSO), Petit, Karagounis (54', Karyaka), Manuel Fernandes, Simão, Miccoli (13', Geovanni, 88', Ricardo Rocha) e Nuno Gomes

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