O Vitória de Setúbal ter-se-á assustado com os gritos dos adeptos nas bancadas e recuperou já tarde de mais. No somatório dos jogos, ficou a sensação de que faltou apenas um bocadinho assim...
O Vitória de Setúbal despediu-se ontem da Taça UEFA após sair derrotado do embate com a Sampdória no Estádio Luigi Ferraris, com o golo solitário de Gasbarroni a ser apontado logo aos 8'. Na primeira mão, o Vitória não tinha ido além de um empate a uma bola no Bonfim. E, assim, podia estar contada a história de uma morte anunciada dos inexperientes lusos - mas não está, porque a vitória, essa, decidiu-se fora de campo.
Norton de Matos, treinador dos vitorianos, já tinha avisado para os ambientes infernais dos estádios italianos. Mas os seus avisos, ou foram minimizados pelos atletas, ou estes não compreenderam a mensagem. Apesar de serem apenas cerca de 20 mil, nas bancadas, os "tifosi" da Sampdória transformaram o estádio numa autêntica arena, na qual os inocentes - os atletas sadinos - eram intimidados com cânticos ameaçadores que galvanizavam os italianos. E a verdade é que, no período inicial, só existiu uma equipa: a Sampdória, que encostou o Vitória de Setúbal às cordas, num sufoco que se traduziu no golo que viria a confirmar a passagem dos italianos.
Sem surpresas no onze inicial, Heitor foi a aposta para a frente de ataque, tendo nas suas costas Pedro Oliveira, a organizar jogo para os alas Tchomogo, na direita, e Bruno Ribeiro, na esquerda. Binho, no "miolo", era a "carraça" de Zauli, e os centrais - Fonte e Auri - teriam de dar conta (e deram) de Bonazzoli. Sobravam Dembelé, para as batalhas no meio, e os laterais, para fazerem um corredor que... poucas vezes percorreram. Novellino, técnico da Sampdória, também não inventou e apostou na pressão alta, para marcar cedo - o que conseguiu -, e na segurança defensiva, tão típica no futebol italiano, para não sofrer golos - o que também conseguiria.
Tal como no Bonfim, a primeira ocasião para a Sampdória foi sinónimo de golo. Desta feita, os portugueses demoraram quase 40 minutos a reagir, mas, quando o fizeram... desaproveitaram. Nandinho, de livre, acerta no poste (41') e, no minuto seguinte, Heitor falha na cara de Antonioli.
Com a segunda parte, vieram as inevitáveis trocas de jogadores. Norton optou por não mexer na estrutura ao tirar os três da frente - Heitor, Pedro Oliveira e Tchomogo - e colocar outros de igual valia - Fábio, Sougou e Lacombe. A verdade é que o escasso resultado não permitia aos italianos manterem a tranquilidade desejada na eliminatória, o que começou a enervar o anfitrião e a dar asas ao sonho dos setubalenses.
Os últimos minutos da partida foram de assalto final às muralhas adversárias. Chegava a hora do último sufoco, e seria precisamente sobre a hora do lavar dos cestos, com Moretto, inclusive, na área contrária, que Auri quase atirou para prolongamento todas as decisões. Azar ao jogo...
1 comentário:
Antes de mais de elogiar as Claques VITORIANAS presentes no Estádio.. Que se deslocaram a Itália em bom numero, entre os quais o VIII que foi destacado pla sua enorme camisa presente! O resultado foi injusto vendo o decorrer de ambos os jogos das duas mãos. Já se sabia que seria dificil.. Mas dignificamos o Futebol português, sendo a nós que calhou a equipa mais complicada de todas as equipas portuguesas!
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