Assembleia Geral do SL Benfica tumultuosa.

A Assembleia Geral do SL Benfica que tinha na ordem de trabalhos a aprovação do relatório de gestão e das contas de 2006/07 e a atribuição do título de Sócio Honorário ao presidente da Portugal Telecom (PT), Henrique Granadeiro, acabou por ficar marcada pelos insultos a vários responsáveis do clube e as ameaças a jornalistas por parte de elementos das claque do Benfica.
Após o relatório e contas do exercício de 2006/07 terem sido aprovadas por maioria simples, com 1.033 votos a favor, 726 contra e 555 abstenções, e a proposta da direcção para distinguir o presidente da PT ter sido chumbada, com 1.734 votos contra, 105 abstenções e 1.279 votos a favor, começaram a "aquecer" os ânimos na AG.
Os elementos da claques, que exigiam à direcção do clube explicações pelo mau tratamento de que dizem ser alvo por parte dos responsáveis pela segurança do Benfica e pela presença de uma carrinha da PSP à porta do estádio da Luz, acabaram por impedir os repórteres de imagem de prosseguir o trabalho e insultaram o presidente Luís Filipe Vieira, quando este tentou responder.
Com o ambiente muito "quente" e o presidente da mesa da AG, Manuel Vilarinho, a ter dificuldades para controlar os presentes, Vieira acabou por desistir de falar, enquanto os jornalistas abandonavam a sala em bloco, depois de terem sido ameaçados e empurrados pelos membros das claques.
As intervenções eram feitas com dificuldade, com o presidente da mesa a ameaçar interromper os trabalhos, e a presença de membros dos "spotters" da PSP a irritar muitos os presentes, que se queixavam também de serem "perseguidos" pelos próprios responsáveis de segurança do clube.
Confrontado com um pedido de explicações, Vieira tentou serenar os ânimos, dizendo que "o gabinete estava sempre aberto para receber as queixas", mas foi logo insultado, com os sócios membros de claques a dizerem que "era mentira".
Vieira desistiu, o vice-presidente Mário Dias tentou sucedê-lo, dizendo ainda que ninguém da direcção tinha pedido polícia para estar presente em frente à porta 1 do estádio da Luz, onde era feita a entrada para a AG, que decorria no primeiro piso, mas as suas palavras também não foram tidas em conta.
Os gritos e insultos sucederam-se, as câmaras de televisão foram empurradas e até o presidente da mesa, o ex-presidente do clube Manuel Vilarinho, tentou pôr ordem na casa, pedindo respeito para com o actual presidente e silêncio para os trabalhos prosseguirem.
Mas as ameaças e empurrões a jornalistas, que desde o início foram impedidos por elementos das claques de captar imagens gerais da sala, continuaram, pondo termo às condições de trabalho da comunicação social na reunião.

Fonte: Agência Lusa