"E nós temos mais um jogo"

Com o título "E nós temos mais um jogo" foi hoje publicado um artigo de opinião de Nuno Coelho no Jornal Record que o Claques Portugal subscreve por inteiro e o qual passa a transcrever:

"Cumprido o objectivo lógico (passar a fase grupos) e o traçado pelo seleccionador (chegar aos quartos-de-final), tudo o que vier a mais será ganho para a Selecção Nacional. É verdade que, a partir de 10 de Julho, tudo voltará ao normal, mesmo que, um dia antes, a equipa orientada por Luiz Felipe Scolari consiga o impensável.
Portugal continuará a ser um país atrasado, pouco viável e incompetente? sendo campeão do Mundo de futebol ou não. E depois? Não podemos, por causa disso, desfrutar o momento? Segundo um certo comentador, daqueles com uma bonita gravata e o cabelo mergulhado em gel, não.
Temos de criticar o seleccionador apenas porque sim, porque não gostamos da cara dele ou dos seus gestos. Não o podemos avaliar da única maneira possível (através dos resultados), temos de o fazer porque a Selecção não joga bonito, porque o Quaresma e o Baía não foram convocados, porque fez calor no estágio de Évora.
Vamos aos factos: o homem é campeão do Mundo e bateu o recorde de vitórias seguidas em Mundiais. Nos clubes por onde passou, foi sempre campeão. Se isto não é ser competente, o que será? Marketing é a explicação.
Depois temos os portugueses, culpados desse hediondo crime que é pendurarem bandeiras nas janelas – no seu próprio país ou até no distante Luxemburgo –, culpados de viverem o Mundial como uma festa e não fazerem das nuances tácticas de cada partida o seu ponto de interesse na competição.
Não interessa que os alemães estejam a fazer o mesmo (parece que “os alemães são outra coisa?”, apesar de, desde a II Guerra Mundial, quer a bandeira quer o hino serem um tabu? até ao início deste Mundial). Somos nós os bimbos. Pois sejamos.
Enquanto isso, os espanhóis, campeões do Mundo na primeira jornada, já estão em casa; os checos, brilhantes no jogo de estreia, também. E nós, este sábado, temos mais um jogo."
Autor: Nuno Coelho in Jornal Record