18 dezembro 2005

Rio Ave-Gil Vicente, 1-0

Costuma dizer-se que quem não tem cão, e Rio Ave e Gil Vicente não os tinham, caça com gato, e foi isso mesmo que fez António Sousa, aplaudindo o golo solitário apontado pelo lateral direito Zé Gomes, que permitiu à formação vila-condense voltar a festejar um triunfo no seu reduto. A última vitória caseira datava de 18 de Setembro, na recepção ao E. Amadora (2-1). O Gil Vicente, o pior ataque fora de portas, voltou a marcar passo longe de Barcelos, justificando ¿ com razão, segundo a nossa perspectiva, a perda total de pontos com um erro de arbitragem de Nuno Afonso, que fez a sua estreia no escalão principal, ao não assinalar mão na bola de Cleiton, no interior da área do Rio Ave, em tempo de compensação.
Fez mais pela vitória o Rio Ave, mesmo desfalcado de algumas pedras importantes como Niquinha, Milhazes e Mozer, este a partir do minuto 25, e acabou por ser premiado pela dose certa de felicidade, a mesma que tinha faltado nos últimos encontros. O Gil Vicente, que surgiu em Vila do Conde com um esquema cauteloso, blindando a sua defesa, especialmente nos primeiros quarenta e cinco minutos, guardou as balas na sua arma até à etapa complementar, mas todos os tiros disparados após o golo vila-condense revelaram-se infrutíferos. A pólvora estava seca.
Fraco, muito fraco, o primeiro tempo, a merecer pouco mais que estas linhas. Jorge Baptista e Mora assistiam de longe ao decorrer vagaroso do encontro, preparando-se para o pouco mais que teriam de fazer nos restantes minutos. Aliás, o frio que acompanhou o guarda-redes do Gil Vicente neste final de tarde terá contribuído para o golo do Rio Ave, pois Jorge não conseguiu segurar uma bola cabeceada por Gaúcho, após cruzamento de Agostinho, a emenda de Marcos António foi pior que o soneto e surgiu então Zé Gomes, para dar a vitória à sua equipa.
Ulisses Morais tentou inverter a inclinação do relvado, tirando peças da trás para apostar tudo na tracção dianteira. Contudo, mais uma vez percebe-se porque este é o pior ataque da Liga 2005/06, fora de portas. Os gilistas só fizeram dois golos fora do seu reduto, ambos na vitória no Estádio da Luz, frente ao campeão nacional, o Benfica, à segunda jornada. No mais, zero golos, zero pontos, como voltou a acontecer em Vila do Conde. A bola ainda ia saltando na área do Rio Ave, mas faltou quem soubesse o que fazer com ela, restando pouco mais que os protestos quando, em tempo de descontos, a bola parece, de facto, ter sido desviada pelo braço de Cleiton, em zona proibida.
Nuno Afonso, jovem árbitro que fez a sua estreia no escalão principal, acabou por ver essa nódoa manchar um trabalho positivo, sentindo dificuldades para serenar os ânimos dos gilistas nos instantes finais do encontro.

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