Movimento skinhead Portugues aposta no recrutamento nas claques e escolas

A notícia faz manchete na edição de segunda-feira do Diário de Notícias, que cita conclusões obtidas pelas forças de segurança, PSP e GNR, que habitualmente acompanham as movimentações skinheads, e que são de resto assumidas pelos próprios skins.
Esta evolução, refere ainda o DN, está a gerar preocupação, uma vez que demonstra maior «profissionalismo» no interior do movimento, depois de, há um ano, o Serviço de Informações e Segurança (SIS) ter considerado que o neonazismo em Portugal estava circunscrito a «pequenos focos de acção irregular».
No entanto, a capacidade de mobilização demonstrada nas duas manifestações realizadas em 2005, com a cobertura política do Partido Nacional Renovador (PNR), fez soar alguns alarmes, pois «há questões na actualidade, como a imigração, que são facilmente empoladas. E verificou-se uma adesão significativa de pessoas anónimas que protestaram ao lado dos skins», referiu ao DN um agente da PSP.
A opção pela intervenção política, em detrimento das acções violentas, é assumida por Mário Machado, um skinhead português já condenado em tribunal, apontado pelas polícias como fazendo parte do sector mais violento da extrema-direita, com ligações ao movimento internacional Hammerskins, uma espécie de elite mundial dos skinheads.
«A estratégia é a de abandonar por completo o estilo «soldado de rua» e adoptar o «soldado político». O nosso objectivo é chegar às pessoas, despertar consciências e não afastá-las do nacionalismo», declarou ao DN, fazendo, porém, questão de sublinhar que tal não implica que estejam dispostos a dar «a outra face», embora abandonando as «atitudes provocatórias que fizeram parte da nossa adolescência».
De resto, a opção pelo recrutamento em escolas e também nas claques de futebol é igualmente assumida por Mário Machado: «Os jovens com idades entre os 16 e os 21 representam 60% do universo nacionalista, isto segundo um estudo que fizemos no fórum nacional. E também percebemos isso nas actividades e eventos que realizamos, portanto, é natural que tenhamos algum apoio nas escolas, pois é onde se encontra a maior parte dos indivíduos desse escalão etário. As claques são compostas por adolescentes e jovens na sua maioria, por isso a mesma analogia aplica-se nessa situação», afirma Mário Machado.

Ligações:
Fórum Nacional
PNR
Portugal Hammerskins