18 dezembro 2005

"Capitão, Perdoa-lhes eles não SADem o que fazem"

Para surpresa de todos, naquele que terá sido o golo mais rápido desta edição da Liga (decorriam apenas 31 segundos), Bruno Amaro, num disparo de longe, sem ninguém contar, muito menos Vítor Baía, abriu o marcador no Estádio do Dragão, para o Penafiel
Co Adriaanse, que ontem repetiu o onze que venceu em Leiria, via as coisas mal paradas, ainda mais porque os adeptos, pese embora a equipa mostrasse vontade em alterar as coisas, iam mostrando o seu desagrado por via dos assobios, o que não ajudava nada.
Ainda assim, o FC Porto andou sempre à procura de espaços para desmontar a concentrada defesa duriense. Se Paulo Assunção defendia, e bem, já Diego, Lucho e Quaresma atacavam e eram talvez os mais inconformados, tentando dar andamento ao jogo. Na frente, McCarthy teve boas hipóteses de fazer o gosto ao pé, mas foi confirmando o mau momento...
O Penafiel tentou apanhar a equipa azul e branca em contrapé, optando por contra-ataques rápidos, mas raras vezes perigosos. Os remates de longe (dois) foram a única arma da equipa de Luís Castro.
Em cerca de cinco minutos, já muito perto do intervalo, os dragões acordaram do pesadelo e deram a volta ao marcador. E, diga-se, repuseram justiça no marcador, pois se havia equipa com vontade de conquistar os três pontos, essa equipa vestia de azul.
O ponto de viragem começou aos 39 minutos, no preciso momento em que Nilton se «esqueceu» de Lucho e este empatou a partida, respondendo positivamente a uma boa triangulação entre Lisandro e McCarthy, com o médio argentino a atirar de longe, forte, colocado e certeiro.
A reviravolta foi consumada aos 43, quando Quaresma foi carregado por Weligton na grande-área, Artur Soares Dias não teve dúvidas em assinalar penalti e Lucho também não teve dificuldade em convertê-la. Ainda assim, refira-se que a bola foi colocada fora da marca de grande penalidade, com o árbitro portuense a deixar passar (quando devia ter optado pela repetição do lance).
Na segunda parte, mais do mesmo: o FC Porto a atacar, o Penafiel a defender... e Lisandro a marcar, à passagem dos 54 minutos, num lance igual a tantos outros, em que Diego descobre Quaresma, na esquerda, e este, com um daqueles cruzamentos bem ao seu jeito, ofereceu a festa ao avançado argentino, que não teve qualquer dificuldade em bater o guarda-redes Nuno Santos. A verdade é que só o primeiro golo custou a entrar, já que o FC Porto prosseguiu, até ao final, na sua caminhada rumo à baliza de Nuno Santos. E só por manifesta falta de pontaria é que o resultado não foi mais volumoso.
Saliente-se ainda o facto de os SuperDragões não terem esquecido Jorge costa, ex-capitão «azul e branco», e neste sábado fizeram questão de o demonstrar. A ocasião escolhida foi logo a seguir ao terceiro golo frente ao Penafiel, numa altura em que depois de assobios e algum desassossego, os adeptos portistas respiravam finalmente de alívio e festejavam efusivamente o triunfo que se adivinhava.
Do topo sul gritou-se pelo nome de Jorge Costa, ao mesmo tempo que os elementos da claque mostravam uma faixa em que recordavam o capitão e davam um «recado» a Co Adriaanse. O pano dizia "Capitão, Perdoa-lhes eles não SADem o que fazem" (a parte do "SAD" estava em azul e o resto a preto).
O pano não esteve muito tempo visível, mas terá sido o suficiente para ser filmada e fotografada e, quem sabe, chegar a um dos seus destinatários. O outro estava no banco e provavelmente não percebeu, até porque não compreende bem português.

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