Num clássico entre equipas em crise de resultados, o empate a zero castigou um Benfica perdulário das poucas vezes que fez cair o muro defensivo do Belenenses.Depois do surpreendente onze muito defensivo que actuou na jornada europeia com o Lille, a táctica de Ronald Koeman regressou ao normal, o técnico holandês apostou em Karyaka e Nuno Assis para o apoio a Nuno Gomes, juntamente com Geovanni. No meio-campo, Manuel Fernandes formou dupla com Beto, mas era notória a falta de liderança em que Petit é exímio. As limitações do plantel dos encarnados fazem com que a equipa perca coesão, pois provocam constantes mudanças no onze titular nos últimos seis jogos, Koeman apresentou outras tantas diferentes equipas iniciais, sem que nenhuma conhecesse a vitória.
Ontem, a ansiedade de terminar com a série de maus resultados em nada contribuiu para uma formação cada vez mais sob pressão e a cair na tabela classificativa. Pela frente um Belenenses também ele em crise - há sete jornadas sem uma vitória - e num lugar de despromoção que não surpreende, pois na Luz o treinador José Couceiro optou pela cada vez mais famosa táctica do "autocarro", ou seja, os azuis preocuparam-se quase exclusivamente em defender. E quando a bola chegava à baliza, Marco Aurélio mostrava as qualidades que fazem dele um dos melhores guarda-redes a actuar em Portugal. E, ontem, pela primeira vez na sua carreira, não sofreu golos na Luz. Um ou outro esporádico ataque quase deu golo para o Belenenses através de um livre de muito longe, quando Ruben Amorim esteve perto de envergonhar Rui Nereu.
Nuno Assis foi o benfiquista que mais remou contra a maré. Chamado à titularidade apenas pela segunda vez na presente Liga, Nuno Assis mostrou que na posição de número dez pode ser importante. Contudo, quando caiu para a esquerda, desapareceu gradualmente do desafio, mas ainda foi do médio que surgiram as situações mais perigosas para o Belenenses. Era quem mais tentava servir Nuno Gomes, também ele com um jogo esforçado, mas o goleador voltou a ficar em branco. A este duo juntou-se Léo. O lateral esquerdo criou vários desequilíbrios, mas foi pouco, muito pouco para o Benfica, que não podia depender apenas da inspiração destes três jogadores perante um Belenenses defensivo. As faltas de solução são de tal forma gritantes que foi o defesa Alcides quem acabou por ser mais um dos jogadores que estiveram perto de alcançar o tão desejado triunfo.
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