Uma falha processual impediu que a Câmara de Faro e a Farense Futebol SAD realizassem a escritura de doação e cedência de superfície do terreno que permitiria ao clube o encaixe financeiro necessário para saldar as dívidas.A Farense Futebol SAD decidiu sexta-feira suspender o futebol sénior profissional, por não ter conseguido reunir os 500 mil euros necessários para a inscrição de jogadores que lhe permitisse disputar a série F da III divisão.
A escritura de doação do terreno onde está implantado o Estádio de S. Luís à SAD do clube estava marcada para o passado dia 07 de Novembro, mas a falta de documentos fundamentais para o processo impediu que a mesma se realizasse.
Em conferência de imprensa realizada hoje, o presidente da Câmara de Faro explicou que os documentos em falta - fundamentais para a realização da escritura -, embora existissem na Câmara, só recentemente chegaram ao conhecimento do notário privativo da autarquia.
Além disso, acrescentou, uma vez que faltavam documentos relacionados com o registo de parte do bem envolvido na escritura de doação, só seria possível efectuá-la sobre duas das parcelas inicialmente previstas.
Segundo José Apolinário, estes impedimentos legais, com os quais a Câmara não contava, impediram-no de "agir com a rapidez desejada", sendo que o assunto vai ser levado terça-feira a reunião de Câmara.
Contudo, o autarca aproveitou para fazer um apelo à sociedade civil e sócios do clube para que aproveitem este interregno para "encontrar um projecto global" que possa responder aos problemas financeiros do clube.
Disse ainda que a autarquia está a estudar uma proposta baseada num estudo económico e jurídico que permita resolver os problemas financeiros do clube, mas não quis avançar pormenores.
"Queremos apresentar uma proposta, mas, dada a necessidade da sua consolidação, preferimos não a apresentar de imediato", afirmou.
Questionado sobre a eventualidade de vir a ser instalada uma grande superfície comercial no terreno do Estádio de S. Luís, Apolinário revelou que existem vários pedidos de reuniões de entidades investidoras com a Câmara.
Reconheceu, contudo, a existência de algumas reservas em abrir as portas a grandes superfícies, já que a sua aposta vai mais no sentido de dinamizar o comércio local.
Com o fim do futebol profissional do Farense, surge a questão do futuro dos South Side Boys.
Neste momento a claque permanece em silêncio, sobre o seu futuro, que não parece muito risonho...
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