11 abril 2010

Há mentalidades a mudar!

Já tento redigir este texto vai algum tempo, mas penso que é desta. Atingi o meu limite, é uma sequência de acontecimentos demasiado deprimente.

Adeptos do Guimarães comemoram golo com os seus jogadores em Braga e são separados pela polícia de intervenção dos mesmos. Festa do futebol estragada por polícia de intervenção.
Adeptos do Beira-Mar comemoram golo com os seus jogadores na Trofa, polícia de intervenção usa do bastão para varrer um sector com cerca de 60 adeptos. Inadmissível.

Colectivo 95 cercado pela polícia de intervenção no estádio do Dragão no jogo frente ao Olhanense. O sector encontrava-se vulnerável pela baixa presença de membros. Mais uma vez agredidos covardemente.

A situação de ontem que ocorreu em Leiria, e que falamos em artigo anterior. Muito ficou mesmo assim por dizer. Se alguém pensa que os 5 petardos utilizados ontem nos sectores das claques foram a razão dos problemas, posso garantir que muito antes deles rebentarem, já os policias, focalizando-me também no que usou gás pimenta, provocavam os adeptos bracarenses. Entre outros impediram todo e qualquer adepto do anel inferior da bancada superior de fazerem a festa dos golos. Saliento ainda que o ultimo petardo utilizado salvou uma criança que teria cerca de 4 anos de continuar a ser agredida por um policia de intervenção completamente cego pela sede de violência.

Todas estas situações foram protagonizadas dentro de estádios. Fora deles não há policia de intervenção que apareça quando realmente é necessária.

Camionetas do Guimarães apedrejadas no percurso para Guimarães após o ultimo jogo frente ao Braga. Ninguém estava lá para fazer alguma coisa. Adeptos do Braga agredidos em Guimarães à saída do estádio no último jogo que opôs os clubes na cidade berço. Ninguém estava presente para precaver a situação. Adeptos agredidos no penúltimo jogo Braga x Benfica no final do jogo. A polícia de intervenção já se preparava para ir embora em vez de prevenir estas situações.

Toda a gente viu o que aconteceu no Algarve. Policia orientada pelo Major Victor Calado, completamente descoordenada. Foi só asneiras. O senhor não sabia o que andava a fazer. Foi problema atrás de problema. Quando realmente foi necessária a intervenção da policia dentro do estádio, ninguém fez nada. Havia medo, porque os senhores do corpo de intervenção só batem fazendo uso da sua cobardia. Quando podem ficar com marcas no corpo limitam-se a ficar a ver.

O Major Victor Calado ainda teve a lata de dizer que a operação foi um sucesso! Num país civilizado aquele senhor tinha sido posto no olho da rua de imediato.

Isto leva-me a pensar que a policia de intervenção, não é um meio de apaziguar, é mais um dos protagonistas da violência vivida dentro dos estádios de futebol.

Coloco as minhas duvidas nos métodos utilizados para a formação deste tipo de policias. Quando se encontram em acção, e já não sei se quando não o fazem também, parecem cegos pela sede de violência. Ainda assim vê-se algumas almas puras entre eles mas será que não se acabarão por perder?

Agora eu pergunto. Se a policia de intervenção age quando não deve e não age quando deve, que raio anda a fazer nos estádios de futebol?

Está na hora de alguém abrir os olhos. Não só e apenas com o que se passa no futebol. Neste momento um assassino ou um pedófilo ou outro criminoso condenado a 25 anos de cadeia pode ser libertado ao fim de 6 anos. Um policia que anda realmente a fazer prevenção ou a resolver situações graves é morto e quem o mata é condenado com penas ridículas. Um polícia que mata alguém que estava envolvido num crime real é condenado sem dó nem piedade. Aos polícias corruptos e que andam a fazer o que aqui foi descrito nada acontece. Arriscamo-nos a apresentar queixa destes senhores e ainda ser espancados dentro de uma esquadra.

Meus amigos, isto não é um filme, isto é a realidade portuguesa!

Já agora, aproveito para acrescentar que sei que há dezenas de outros acontecimentos, mas limito-me a falar de alguns que conheço bem. Não há espaço para todos e não os conheço a todas como é óbvio.

Gostaria ainda de voltar a afirmar, que não é só quando nos toca a nós que nos devemos revoltar! Se realmente uma destas situações já nos bateu à porta, devemos abrir os olhos e repugnar qualquer acção destes senhores. Não é a incentivarmos quando agem sobre os adeptos da equipa adversária que vamos a lado algum.

Desde já as minhas desculpas pela confusão de ideias, mas o texto foi escrito com o coração e não com a cabeça.

5 comentários:

david disse...

Tou de completamente de acordo mas sabes que nao e um blogue que vai faze a diferenca mas ja e um "prencipio de um meio para atingir um fim" mas ha uns certos lobys em portugal que so lhes interessa acabar com as claques.
Tem que ser feita qual quer coisa em portugal mas as rivalidades clubisticas sao tao grandes que numca vai dar para se fazer nada de serio infelizmente. Sendo assim olha PORRADA EM CIMA DE "NOS"

P.S. Espero fazer-me intender

Nao Intressa o Meu Clube Intressa-me os Meus Direitos.

velhos hábitos disse...

fala-se é muito e ATITUDE nem vê-la! falam dos do dragão, luz e alvalade, por não conseguirem pôr a rivalidade de lado? meus amigos, o panorama ultra é mais vasto que isso. Que se juntem os mais "pequenos" e os "médios" e que se avance para algo! Eu sou das AVES, e conseguiria juntar-me aos meus rivais de penafiel e moreira! MENTALIDADE E AMOR AO FUTEBOL DO POVO

Unknown disse...

Concordo plenamente com tudo! Infelizmente, é praticamente impossível juntar as claques em Portugal. As rivalidades parecem sempre superiores ao Bem Comum. Foi o mesmo na altura daquela proposta de lei que obrigadava as claques a registarem-se como associação. Falou-se muito em protestos, em fazer alguma coisa, etc. Não passou disso! Sinceramente, não estou a ver, por exemplo, os NN e os SD juntos numa marcha. E quando falo nesses grupos, falo em todos os outros que não são capazes de perceber que, se a rivalidade é saudável e necessária, também é preciso ver além das diferenças em determinadas situações. Esta é uma delas...
Estou farta de ter que estar constantemente atenta às movimentações do CI, em vez de olhar para o jogo. Não gosto de levar vergastadas, nem de ver os meus amigos e "dar o corpo às balas" para protegerem os outros. Estou farta de ver agentes cegos pela violência a desbastar em crianças e velhos, que não podem sequer fugir ou defender-se!
Estou farta de muitas outras coisas, mas não sei como é possível resolver isso... A maioria das pessoas extra-claques não está minimamente preocupada, a não ser quando lhes toca a eles. Já ouvi por diversas vezes na rua ou em transportes públicos "é bem feita, é p'ra isso que as claques servem, acertem-lhes no focinho!". Gostava de ver esses mesmo senhores a levarem com um bastão no lombo só porque um animal do CI se lembrou.
Minha gente, há que mudar mentalidades, sobretudo dentro das claques. Se não formos nós a ter uma atitude ÚNICA as coisas nunca vão melhorar. E não falo de uma faixa no Dragão ou um protesto dos ultras durante os primeiros minutos de jogo. Falo de algo a nível nacional, sei lá, combinar uma jornada para NENHUM ultra se manifestar nos estádios TODOS. Pelo menos assim alertávamos as pessoas, fazíamo-nos ouvir. Não sei, seria um começo!

Tripeiro disse...

Grande grande texto.

Parabéns.

LIBERTÀ PER GLI ULTRAS!

Unknown disse...

Eu estava em Leiria no 2º anel e assisti a practicamente tudo.
Um senhor com os seus 60 anos a ser agredido por um policia de intervençao, um spotter e um PSP simultaneamente. Adeptos detidos por tentarem conseguir uma camisola que os jogadores ofereceram. O Eduardo foi obrigado a vir junto da bancada pedir calma a policia que naturalmente o ignorou. UM DOS AGENTES , OUVINDO OS INSULTOS QUE VINHAM DO 2º ANEL, FEZ UM GESTO COM O DEDO DO MEIO PARA CIMA. Enfim... Portugal